#Livrenha The DUFF: Designated Ugly Fat Friend de Kody Keplinger
- Victória Braz
- 11 de fev. de 2015
- 3 min de leitura

Em The DUFF, conhecemos Bianca Piper e suas duas melhores amigas, Casey e Jessica. Certa noite no The Nest, a boate para a qual Casey e Jessica adoravam arrastar a amiga mesmo que esta só ficasse sentada no bar o tempo todo, Wesley Rush – o womanizer oficial do colégio – chega nela com a conversa de que Bianca devia ajudá-lo a ficar com as amigas dela porque ela era a DUFF do grupo. E o que é uma DUFF? Bem, simplesmente aquela garota que não é tão bonita assim comparada ao resto do grupo. Segundo Wesley, já foi cientificamente comprovado de que quando os meninos interagem com a DUFF do grupo as outras meninas passam a acha-lo fofo. É claro que Bianca não cai nesse papo e tudo que Wesley ganha é uma camiseta molhada de refrigerante.

Mas, depois de se ver confrontada com alguns dramas familiares, Bianca, apesar de detesta-lo completamente, passa a usar Wesley como seu escape sexual. E quem pode julgá-la? Afinal, ele realmente é um gato. Mas a vida é a vida, ou seja, nada é tão simples assim e Bianca pode acabar descobrindo que as pessoas são complexas demais para serem encaixadas em rótulos superficiais.
The DUFF é um livro que pela sinopse nem parece grande coisa, mas conforme você lê, leva vários tapas na cara, página após página. Começando pelos personagens. Meu Deus, que personagens maravilhosos! Todos são tão bem construídos e reais que você não consegue evitar simpatizar com todos eles. Tudo bem, a Bianca pode ser um pouco irritante ás vezes, mas não dá para não gostar dela quando ela é tão diferente das outras protagonistas desse gênero. Eu adorei o que a Kody fez aqui. Achei tão fantástico que a Bianca age como uma adolescente normal e não é simplesmente aquela santinha pura e ingênua que eu relevei todas as suas crises e todas as vezes em que ela se achava melhor do que as outras garotas.
É claro que personagens como a Jess e a Casey tornaram tudo mais fácil. Finalmente temos um YA em que as amigas da protagonista realmente agem como amigas, estando lá umas para as outras, se divertindo juntas e fazendo tudo o que amigas adolescentes de verdade fazem. E olha que elas podiam ter se tornado enormes clichês: ambas são loiras, lindas e populares e a Casey ainda é a capitã das líderes de torcida. Isso não aconteceu e a Casey e Jess são ótimas pessoas. Quem lê, termina o livro querendo ser amiga delas também.
Sobre o Wesley, eu não vou mentir. Ele não é perfeito. E isso é ótimo. Wesley pode agir como um babacão e obviamente tem seus defeitos – defeitos de verdade, não aqueles defeitos que só servem para deixar o protagonista mais perfeito -, mas suas qualidades se mostram muito maiores. Eu não vou falar muito sobre ele porque acho que estragaria parte da ~magia~ do livro. Mas sim, Wesley Rush já foi adicionado na minha lista de paixões literárias.
A história em si não é muito diferente do que já foi visto e não há muitas reviravoltas. O grande triunfo do livro é mesmo seus personagens. Kody Keplinger retirou todos os clichês desse tipo de narrativa. Além dos já citados (amigas falsas, garoto perfeito, protagonista sonsa) também não temos aqui os pais malvados e pasmem: não temos uma mean girl. Maravilhoso, não?
Outra coisa que eu gostei foi a forma como foram tratados os relacionamentos entre meninas. O girl-hate, infelizmente tão comum em livros para adolescentes, não existe aqui. Mas talvez isso só tenha sido uma extensão do talento da autora em tratar de relacionamentos. Todos são retratados com uma boa dose de realidade e você nunca se pega imaginando se aquilo poderia acontecer na vida real.
Eu só não vou dar avaliação máxima para esse livro por causa de todos os momentos em que a Bianca me irritou. É, talvez eu não tenha relevado tanto assim. Independentemente disso, The DUFF é um livro que definitivamente merece ser lido.
Nota: 4 Cherry Cokes.
Música: sem música dessa vez :(
Ps1: O livro infelizmente ainda não foi lançado no Brasil e eu li em epub. Portanto eu nem pude avaliar o trabalho da editora brasileira já que, dããã, ele não existiu. (Ainda)
Ps2: Os direitos do livro foram vendidos para a CBS Films e o filme estreia agorinha dia 20 de fevereiro. O roteiro foi escrito pela própria Kody, mas por algum motivo (provavelmente por causa de americanos chatos e moralistas) o plot principal do livro parece ter sido completamente mudado e, pelo trailer, me parece só mais um filme bobo de adolescente. Tem até a Mean Girl

(meus sentimentos sobre as mudanças)
Se alguém se interessar pelo trailer, aqui está, eu só peço que não julguem o livro pelo filme, okay?
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