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#Livrenha A Estrela de Javi Araguz e Isabel Hierro


Bem, enquanto minha prima fica passeando pelo limbo e não escreve resenhas, aqui estou eu com mais uma pronta. Desta vez venho com o livro A Estrela, que conta a história de uma garota chamada Lan numa aventura distópica para devolver o mundo sua antiga forma junto com um garoto que ela julgava inimigo. Pois é, a primeira coisa que pensei com uma sinopse desse tipo foi que eles passariam poe várias provações e se apaixonariam gradualmente... Tenho que dizer que me pegou de surpresa. Um pouco, mas pegou. Não costumo criar expectativas altas, mas com esse em particular, e Os Sete Selos, eu estava bastante ansiosa para ler, porém A Estrela não mostrou-se o que eu esperava. Calma, isso não é totalmente ruim. Para melhor entendimento, separei a analise em duas categorias: A Aventura e O Desenvolver.

O Desenvolver:

Eu não sou uma daquelas que se agrada com um começo lento, então não tenho o direito de reclamar do início tão abrupto, mas também não quer dizer que tenha me agradado. E assim como o início, outras coisas aconteceram muito rapidamente, sem tempo de absorver a informação.

Lan, ao tentar salvar o filho de uma amiga de sua mãe, que ultrapassou o Limite Seguro da vila durante uma Ruptura do planeta, encontra um garoto que o clã dela chama de Errante - em outros lugares atribuí-se outros nomes -, mas este estava segurando o garoto o que para um Errante seria um crime, então ela o tacha de Sequestrador. Depois que conseguem se livrar do Sequestrador e voltarem para a segurança da vila, recebem a visita dos Errantes, que são vistos como sábios por caminharem sem se perderem, e dentre eles ela reconhece o garoto mas ninguém acredita nela, a final, se um Errante tocasse em alguém, essa pessoa estaria morta. Aí tem início um dos mistérios: por que o garotinho não morreu então?

Logo que partem, uma ruptura estranha invade os Limites Seguros do clã e fazem com se perdam uns dos outros. Lan se vê, então, sozinha num lugar totalmente desconhecido. E é resgatada por ninguém mais ninguém menos do que o Sequestrador, e levada para uma cidade chamada Rundaris, onde ela descobre os segredos dos Errantes e outras coisas que a dão esperança de conseguir “curar” o mundo.

Em certas horas a Lan era madura, outras meio infantil, o normal de alguém no início da adolescencia. Mas do Sequestrador - não diz o nome dele pois de acordo com a religião deles, não precisam de um - eu gostei bastante, sendo brincalhão e sério. Com os outros personagens secundários, como os amigos de Lan, Mona e Nao, não consegui me apegar muito por não terem aparecido como achei que deveriam.

Eu acertei quando deduzi o romance gradual, porém uma coisa que me incomodou foi que, apesar de trabalhado lentamente, a convivência dos dois foi tão escassa que deu uma aparência um pouco irreal.

Na primeira metade do livro houve também umas poucas contradições e informações vagas, deixando-nos tão perdidos no meio da cena quanto os que se perdem durante uma Ruptura.

Além de que... assim, para quem gosta de drama, pode até se identificar, pois Lan muitas vezes se lamenta pela separação do clã. E eu até entendo, pois, se colocando no lugar dela, não deve ser fácil viver num lugar com as pessoas que vocês adora e de repente tudo desaparecer, ficar sozinha sem notícia nenhuma dos outros, num mundo que está em constante mutação.

Eu esperei a história toda, entretanto não como um mártir, que eles encontrassem um jeito para se tocarem ou a resposta do porquê o garotinho e Lan - que o Sequestrador havia segurado ela também - não morreram, porém... Não veio nada. 😟

E sobre a escrita, bem, o livro foi escrito por dois autores espanhóis, e como eles mesmos falaram, não é nada fácil escrever um livro em conjunto, imagine traduzi-lo. Então por mim, até que foram bem.

A Aventura:

No decorrer do caminho e da forma que a história foi sendo levada, eles acertaram. Um mundo distópico bem formulado, diferente, com perigos e obstáculos muito bem tramados e ultrapassados, dando a nítida impressão de ser real.

Ao término, as coisas ficaram até mais interessantes, quando eles se veem encurralados e depois não mais, o que culmina num final muito emocionante mesmo.

Apesar das gafes, A Estrela conseguiu me encantar. Eu tinha lido outras resenhas dizendo ser um livro triste; eu não consegui ve-lo assim, mas sim como um livro sobre perdas e ganhos abordados de uma maneira talvez até mesmo inusitada.

"Hoje em dia, todos somos sobreviventes"

- Lan

O mínimo que posso dizer do livro é que o achei tão inconstante quanto o Linde. Ou melhor dizendo, a própria Estrela.

Nota: 3 cristais e meio.

Musica: Sun is Shining de Axwell & Ingrosso

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